
Conversando com um amigo meu na sala de aula outro dia - vejam bem, meu curso me dá abertura pra conversar na aula, já que é Comunicação Social - discutíamos sobre a morte e ele afirmou se dar muito bem com a idéia da morrer. Não que ele queira, mas, citando com as próprias palavras dele, a morte é "inerente ao ser vivo" e, portanto, devemos aceitá-la. Eu concordo, porém acrescento algo que de certa forma contradiz esse pensamento: o medo da morte é inerente ao homem. Como aceitar sofrer? Deixar as pessoas que se ama? Deixar coisas inacabadas? Toda pessoa apegada às coisas no mundo sofre muito com a idéia de morrer, e ao meu ver toda religião e fé gira em torno desse medo. Como já dizia Alanis Morissette "We have to believe in something" (nós precisamos acreditar em algo) para conseguir viver sem o peso de caminhar a um fim certo e imprevisível...
DAÍ, hoje conversei com a Maria sobre o post do blog dela SPD (síndrome do pânico). Ela teve uma crise de medo de morrer ontem e disse q inclusive é freqüente... pessoas que tem medo de morrer costumam dar muito valor a vida, eu vejo isso como algo até positivo (só é negativo quando te faz pirar, né...) Mas eu atribuo inclusive a minha escolha de ser vegetariana ao meu medo da morte.. Também costumo pensar muito nisso, e pra mim a carne é o símbolo do medo, da angústia, da morte e crueldade da vida, que é o que o animal sente ao ser abatido no caso...
Essa é uma defesa minha, mas a morte não deixa de estar presente em todos os cantos, todos os dias. É o que o meu amigo disse, a morte é inerente ao ser vivo... e digo mais: a morte está para o homem como o homem está para o medo. E vou citar mais um trecho de uma canção da banda Fear Factor, Piss Christ. "Where is your savior now?", a quem você se apega para se libertar dos seus medos? É importante dar valor a morte porque só se dá valor aquilo que você sabe que pode perder a qualquer momento, isso quanto a vida, quanto ao material, quanto às pessoas, quanto a tudo.
Pense nisso.