quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Síndrome do Pânico


Conversando com um amigo meu na sala de aula outro dia - vejam bem, meu curso me dá abertura pra conversar na aula, já que é Comunicação Social - discutíamos sobre a morte e ele afirmou se dar muito bem com a idéia da morrer. Não que ele queira, mas, citando com as próprias palavras dele, a morte é "inerente ao ser vivo" e, portanto, devemos aceitá-la. Eu concordo, porém acrescento algo que de certa forma contradiz esse pensamento: o medo da morte é inerente ao homem. Como aceitar sofrer? Deixar as pessoas que se ama? Deixar coisas inacabadas? Toda pessoa apegada às coisas no mundo sofre muito com a idéia de morrer, e ao meu ver toda religião e fé gira em torno desse medo. Como já dizia Alanis Morissette "We have to believe in something" (nós precisamos acreditar em algo) para conseguir viver sem o peso de caminhar a um fim certo e imprevisível...

DAÍ, hoje conversei com a Maria sobre o post do blog dela SPD (síndrome do pânico). Ela teve uma crise de medo de morrer ontem e disse q inclusive é freqüente... pessoas que tem medo de morrer costumam dar muito valor a vida, eu vejo isso como algo até positivo (só é negativo quando te faz pirar, né...) Mas eu atribuo inclusive a minha escolha de ser vegetariana ao meu medo da morte.. Também costumo pensar muito nisso, e pra mim a carne é o símbolo do medo, da angústia, da morte e crueldade da vida, que é o que o animal sente ao ser abatido no caso...

Essa é uma defesa minha, mas a morte não deixa de estar presente em todos os cantos, todos os dias. É o que o meu amigo disse, a morte é inerente ao ser vivo... e digo mais: a morte está para o homem como o homem está para o medo. E vou citar mais um trecho de uma canção da banda Fear Factor, Piss Christ. "Where is your savior now?", a quem você se apega para se libertar dos seus medos? É importante dar valor a morte porque só se dá valor aquilo que você sabe que pode perder a qualquer momento, isso quanto a vida, quanto ao material, quanto às pessoas, quanto a tudo.

Pense nisso.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Um grão


Olha pro céu

E vê que a lua não é sua

Nem estrela alguma

Elas estão lá, intocáveis.


Olha para o mar

E vê que o azul não é seu

Mas você o afeta

Mas você o altera!


Olha para a mata

E vê o quanto mata

Todo dia, toda hora

O quanto esgota todo o verde


Olha para esses animais

Olha os olhos, tão iguais

Pedindo, implorando paz!

Pede mas não te impede.


E por fim, olha pra você.

Você é o que você vê

Você é o que construiu.

E também o que destruiu até aqui.


Faça as contas,

Você construiu

Ou destruiu mais?

Tanto faz, não é mesmo?


Olha pra você,

E percebe que é tão pouco..

Ainda assim, consome tanto

Deste mundo que não é seu.

O que te faz agir assim?

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

O ideal ideal.

Essa postagem é destinada akelas pessoas que se perguntam como alguém pode seguir um ideal à risca renunciando coisas boas da vida. Àquelas que não entendem o sentido de se ter um sentido maior na vida.

Muitas pessoas se surpreendem quando digo que sou vegetariana. As vezes nem tanto na expressão do rosto, mas perguntas como "É dieta???", "É promessa??" ou "Mas nem um peixinho???" demonstram como não compreendem antes dos meus muitos argumentos à favor dos animais. Hoje a tortura animal não é mais mistério pra maioria das pessoas informadas, vai... comum você encontrar um fulano ou outro que é vegetariano pelos animais. Sim, existem aqueles que seguem uma moda, acham bonito, enfim, mas gente como eu que realmente dorme pensando quantos deles estarão sofrendo em algum lugar, confinados e assustados, existe também...

Existem muitos outros ideais, como os religiosos, que de fato privam o sujeito de coisas que, a principio, não conseguimos viver sem. Sexo, alcool ("mas nem uma cervejinha????"), banho, roupas (naturismo, não nudismo!), sei lá, tanta filosofia diferente por aí...

Essas pessoas não são malucas, nem iludidas, simplesmente escolheram uma forma de viver suas vidas. Não pra ser diferente, mas por realmente acreditar que aquilo serve para alguma coisa. As vezes escolher abster-se de alguma regalia que a vida moderna nos traz dói... mas desistir de suas escolhas só por ser mais fácil te faz regredir. Hoje, sinto a falta da B12 no meu sangue, sinto alguns sinais de deficiência da vitamina, sinto também saudade de quando ía a um churras sem me preocupar se vai haver opção pra mim, sinto saudade do sabor da carne ainda sangrando, sim. Mas voltar a come-los, meus animais que eu adotei... não, nunca. É mais difícil ir ao médico, pesquisar um cardápio mais completo pra que não haja falhas, pesquisar os ingredientes daquele salgado ou daquela pizza que parece maravilhosa, repôr vitaminas com injeções e pílulas... mas o caminho mais fácil não me faria dormir em paz. Não que eu durma muito em paz, porque fico angustiada em saber que eu sou só UMA vegetariana e que mesmo com toda essa luta muitos animais neste exato momento estão sendo torturados em nome da "fome" (em aspas porque hamburguer ou nuggets não é exatamente algo para saciar a fome, mas sim a gula) ou em nome da ciência (testes dermatológicos ou teses pra 'doutores'), ou em nome do luxo (grifes ridículas). Mas me faz completa... me faz orgulhosa. Mesmo que só pra mim... mesmo que ninguém esteja vendo quando abro a geladeira sozinha em casa e tem aquele presuntinho fatiado que eu poderia pôr no meio de um pão... mesmo que não vejam o quanto sou forte... eu pego minha salada e como com tanto orgulho...

Escolhas implicam responsabilidades. A dor é uma consequência e, nesses casos, inevitável. Mas a recompensa valhe a pena.



Vai uma pizza de brócolis com tomate sêco aí?

quarta-feira, 22 de outubro de 2008


Modernidade
Cazuza, mas ouçam também a versão de Lulo.


Quando fui, quando éramos
Intactos projetos imaturos
Fomos modernos
E nos couberam ternos,
Gravatas e moldura
Cultura e inferno

Fôssemos eternos...

Quando era primeiro
Primeiro certeiro amor
Era indolor querer tudo
E íamos na vida a cada fome
A cada fama

Nos couberam ternos,
Gravatas e moldura
Cultura e inferno
Quando fui, quando éramos
Intactos projetos imaturos
Fomos modernos

Fôssemos eternos...

Quando era primeiro
Primeiro certeiro amor
Era indolor querer tudo
E íamos na vida a cada fome
A cada fama
E a grama era verde...
O nosso vale
E os nossos mil metros de medo

O Silêncio das Estrelas, Lenine.

O silêncio das estrelas 
Lenine, o mestre!
  Solidão, o silêncio das estrelas, a ilusão 
Eu pensei que tinha o mundo em minhas mãos
Como um deus.. e amanheço mortal 


E assim, repetindo os mesmos erros,
dói em mim 
Ver que toda essa procura não tem fim 
E o que é que eu procuro afinal ?  

Um sinal, uma porta pro infinito irreal 
O que não pode ser dito, afinal
Ser um homem em busca de mais
Afinal, como estrelas que brilham em paz


Solidão, o silêncio das estrelas, a ilusão 
Eu pensei que tinha o mundo em minhas mãos 
Como um deus.. e amanheço mortal  
Um sinal, uma porta pro infinito irreal O que não pode ser dito, afinal Ser um homem em busca de mais Afinal, como estrelas que brilham em paz.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Qualquer Sinal



Ela é aquela cuja vida é um mistério.
Ninguém a vê, ninguém se importa, ninguém a nota.
Ela é aquela cujos sonhos são inalcançáveis...
procura não os ter para evitar frustrar-se mais.
Ela é aquela cujos homens não desejam.
Macabéa na essência, solitária, triste, vazia...
Vazia não. Cheia de traumas, cheia de medos.
Ao lhe dar uma migalha de atenção, ela se agarra... e se ilude.
Ela é aquela garota digna.. de pena.

Aquela que Deus apenas deixou escapulir para o mundo,
esqueceu-se de lhe providenciar uma missão, ou qualquer função..
Por fim... ela precisa de um rumo.
Há tempos busca algum socorro, há anos quer qualquer sinal...
de que está viva.

Ísis Brito.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Formando opiniões...


Sabe... faço jornalismo desde criança. Sempre fui curiosa, sempre fui apaixonada por todos os assuntos, sempre adorei escrever... mas acima de tudo, e isso nunca relacionei com a profissão, sempre fui boa em convencer as pessoas das minhas idéias. Influenciei muita gente. Simplesmente porque achava q tudo o que eu era e o que pensava era certo e salvaria o mundo! Faltava convencer todo mundo pra transformar o planeta naquele lugar ideal de se viver...

Relaciono hoje esse meu pensamento prepotente a profissão porque estou estudando jornalismo. Tenho na teoria o q já praticava... mas como é engraçado! Foi ver isso como matéria para entender que é uma droga ter o poder da persuasão nas mãos!

O caso de Santo André, Lindenberg (é isso?) sequestra Eloá por 100 horas porque a ama e não quer q ela seja feliz com outra pessoa - e com ctz será muito feliz com ele, como podemos notar. O fim do namoro foi um fardo pesado demais para carregar, este garoto ficou totalmente desorientado. Pobrezinho... mas mais pobre ainda é o jornalismo que transforma essas desgraças em novela! Nos primeiros dias, aquele amontoado de informações tiradas de qualquer pessoa que passava na rua sem vínculo nenhum com a história - tudo vira fonte!. Terça-feira, negada da globo e da record já até haviam se hospedado nos prédios vizinhos pra não perder nenhum lance do caso. Uma coisa bem "urubu cercando a carcaça"..

O fato é que tudo que aparece ali, o que é dito, as explicações, influencia. A forma como abordam o caso dá margem à interpretações pré-moldadas por eles próprios. É preciso saber que retemos um poder absurdo nas mãos com a mídia para poder escolher usa-la de quê forma. E questionar-se sempre: quero mesmo que todos pensem como eu? Realmente estou com a razão sempre? Meu modo de vida e as minhas escolhas de fato são um exemplo para os outros?

Duvido.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Crise nas granjas...


Há mais de uma semana muitas granjas da região estão sofrendo por falta de ração para alimentar os animais. A sanidade desses frangos está sendo afetada pela fome, fazendo com que se alimentem do plástico dos recipientes, lonas, palha existentes em seus ambientes, quando não apelam ao canibalismo em uma desesperada tentativa de sobreviver. Segundo matéria veiculada hoje na TV Tem, mais de 120 mil aves já morreram e outros quatro milhões podem morrer nos próximos dias. Isto é o que está no site deles: "Em Porangaba, alguns granjeiros resolveram distribuir os animais. O porta-malas de um carro se transformou em um viveiro. Os frangos estão na caçamba, em sacos e em caixas. Em Capela do Alto, o produtor que está sem dinheiro para alimentar as aves, dá soro caseiro. Em Bofete, pintinhos que morreram foram incinerados".

Eu lamento muito pela crise, muito mais pelos animais do que pelo prejuízo desses criadores. Há muito do que se lamentar mesmo, o prejuízo de vidas, que já estavam na verdade com destino certo não muito diferente destes. Situações desastrosas como estas ao menos levam as pessoas a olharem para o confinamento, para o desperdício, para o caos. E me fazem, principalmente, estar mais convicta nos meus ideais vegetarianos, porque, não! Eu não contribuí com isso. Elas não estão lá por minha causa. E nem para saciar a fome dos que tem fome.

Quem arca com a responsabilidade? É simples assim? Uma crise econômica qualquer mata milhares de vidas a toa em questão de dias e fica por isso mesmo?

Quem tem medo do escuro?



Gostaria antes de mais nada colocar aqui a música que inspirou o nome deste blog e que eu mesma compus há alguns meses...

"Espero estar sozinha aqui.
Vozes que eu não quero ouvir
repetem como um eco... estão dentro de mim

Ainda posso ver você
longe de tudo o que eu quero ter..
Estou só... como um sol!

Mas brilho como um vagalume,
solitária e não se assume...
Um sol envolvido por milhares de sombras...

Você não vê o quanto eu amo...
A você e a mim mesma,
esqueço que o sol brilha pra todos.

Gritos surdos, eu escuto...
Quem aqui tem medo do escuro?
Estou só neste breo..

Rodeada por sombras sombrias eu sinto
ser vigiada agora e não minto,
canto por fora, grito por dentro!

Cega diante de tantas luzes...
Nega o sangue, eles induzem
a ser exatamente o que querem que seja!

Deus, porque não sou como o sol
que brilha imponente, sozinho no céu..
E não ama ninguém?

Deus, porque não me ensina a aceitar
ser só como o sol mas falhar em brilhar?
Os vagalumes aparecem apenas quando a noite cai."
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