quinta-feira, 20 de agosto de 2009

"Hoje dei esmola. E comprei minha missão."















































































Não sei de que felicidade falam quando sugerem que sentimos isso quando fazemos caridade. É uma forma de estimular a ajuda ao próximo, mas há por trás desse estímulo essa ideia de que você faz o bem para você mesmo quando ajuda alguém. Mas, ainda pior do que esse egoísmo oculto, é aquelas pessoas cuja intenção ao ajudar o outro é mostrar à sociedade que é alguém caridoso, um exemplo a ser seguido, um show de pessoa. Pois dar esmola não demonstra seu desapego material. Na maioria das vezes, a intenção de quem dá esmola é justamente se livrar daquele garoto que se aproxima do seu carro com ar sofrido e piduncho. Dar esmola só acentua o contraste social o qual o país (e o resto do mundo) alimenta. O caso é que o pedinte nada fará de realmente interessante para mudar sua condição com algumas moedas. Você ajuda essas pessoas cobrando resultado daqueles que você elegeu, tendo responsabilidade na hora de votar. Num momento emergencial, aquela pessoa magrinha te pedindo ajuda te comoveu? Ofereça comida, claro, cobrar dos governantes demanda tempo. Mas engana-se quem vive sob a ilusão de que dar esmola compra seu passaporte para o céu.

FALANDO EM CÉU...

Cansei de ouvir notícias e ver vídeos absurdos sobre a igreja que manipula seus fiéis e enriquece pastores corruptos (feito demônios). A Bíblia realmente orienta seus seguidores a doar 10% do seu salário à igreja, mas uma coisa é fato: ao contrário da lógica, quanto mais o cara tem, menos ele vai querer doar! É proporcional aos fatos: o homem conquista fortuna, conforto, luxo e "desaprende a caminhar pro céu... (e é início do fim)" - como diria Herbert Viana. Isso no sentido figurado, não há céu, não há questões religiosas, quero dizer que quanto mais a pessoa conquista menos ela abre mão para fins como este. A igreja pega mesmo é os mais humildes, que doam o pouco que tem porque acreditam na promessa dos pastores de que "ganharão o triplo do que doaram". Em outras palavras, negociam com Deus. Os pastores não, esses não precisam negociar, são muito bem pagos pelo cargo de "mensageiro divino". A igreja é uma entidade cuja ideologia eu respeito bastante. A ideia foi das melhores. O homem é que emporcalha tudo. Política e religião não se discutem porque, quanto mais refletimos e dialogamos a respeito, mais ficamos descrentes no homem. não?

Um comentário:

  1. É lamentável chegar a este ponto, mas eu dou esmolas. E confesso, me sinto melhor depois disso. E confesso denovo que em algumas vezes paro e penso: "Se Deus existe, ele gostou, e se ele gostou, será que vai ter retorno?" Não tem como não pensar assim. Assimilei esse ensinamento quando criança e agora ele estará comigo sempre.

    Mas depois vejo que isso não é importante. E que aquela pessoa agora irá almoçar (ou não) com seu dinheiro, sim, é importante. E isso me faz sentir bem.

    "A igreja é uma entidade cuja ideologia eu respeito bastante"

    Eu não. Não vejo ideologias neles. Pra mim, qualquer entidade religiosa que apenas suspire a palavra dinheiro, direta ou indiretamente, seja na missa, ceita , culto ou sei lá, é contraditória. Religião é água, dinheiro é o óleo. E por isso não trago padres na alma.

    Os mais ricos dão menos, os mais pobres dão mais. Correto. Mas descordo que por serem assim eles "desaprendem a caminhar para o céu". Eu acho que apenas são menos ignorantes que os mais humildes. Estes, por diversas situações, são dignos de pena, pois no fundo o que querem é subir na vida, mas se subirem ladeira, podem esperar a descida. E o pior de tudo...não é culpa deles.

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