segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Lá vamos nós outra vez...

Começo do ano passado, Wilson Moreira Marçal, de 24 anos, foi preso acusado de matar o irmão, Luciano, de 16. As causas do assassinato, segundo o próprio acusado, teria sido por vingança. O rapaz de 16 anos era viciado em drogas e teria roubado a casa do irmão para pagar dívidas. Revoltado, Wilson planejou tudo com um comparsa. Luciano foi morto a facadas e pedradas depois de ser atraído pelo irmão e o amigo até uma fazenda onde, supostamente, os ajudaria a carregar uma moto furtada. Após o assassinato, o pai da vítima e do assassino, Tavarino Marçal, ajudou a remover o corpo do local do crime e a esconder na casa de Wilson. O pai foi indiciado por ocultação de cadáver.

Este ano (mais precisamente no sábado passado), Elvis Prado Miranda, de 25 anos, matou a mãe, de 47 anos, e o irmão, de 15, também a facadas. O motivo não foi revelado, mas conhecidos do rapaz dizem que ele é usuário de drogas e estaria sob o efeito delas ou em crise de abstinência. Ele já vinha esfaquiando os cães de seu bairro e já tinha passagem na polícia por furto de veículos e tentiva de homicídio contra seu padrasto. Sua conduta agressiva já vinha preocupando a família, que já havia o internado em uma clínica de reabilitação, sem sucesso. Os vizinhos contaram que ele tinha fama de ser "louco"...


Esses casos, bem parecidos, tem a distância de um ano, mais ou menos. Tantos outros aconteceram nesse meio tempo, parecidos ou não, mas queria chamar a atenção para o seguinte: estes dois fatos casuais são um reflexo da falta de estrutura familiar que existe no país. Não são casos isolados. A sociedade tem responsabilidade sobre eles, assim como o poder público e a mídia. Essas são apenas duas famílias como tantas outras: humildes, adolescente viciado e sem atenção de autoridades competentes para o orientar, um irmão desorientado que cujas companhias ajudam a matar, um pai, uma mãe sem dissernimento para enfrentar uma situação dessa. Duas famílias desestruturadas, cheias de problemas e invisíveis, como tantas outras milhares. A classe social em que essas famílias se definem não justifica a atitude desses jovens, e sim, a falta de educação, de valores, que acometeu também o famoso caso Richthofen e o de Eloá... tantos exemplos poderíamos citar de falta de humanidade, de amor entre os seus, entre familiares...


A punição destes rapazes não é a cadeia, muito embora ela seja fundamental para que nos sintamos justiçados. A punição deles será a culpa, coisa que poderão jamais sentir uma vez que os laços de igualdade, fraternidade, respeito estão desatados na mente destes garotos. A punição ideal seria fazê-los perceber o que fizeram e que as perdas materiais não valiam a vida de seus irmãos ou de uma mãe ou de qualquer outra pessoa ou qualquer ser vivo (pobres cães vítimas da ignorância humana).


Que a moral sem moralismos e a ética humana, familiar, sejam revistos por todos. A falta de exemplos é o que dissemina o crime pelo país.


*Ouçam Ódio, da banda Luxúria.

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domingo, 14 de fevereiro de 2010

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Dica de Leitura - o Homem que Calculava.

"O homem só vale pelo que sabe. Saber é poder."

Esta é só uma das muitas valiosas citações feitas por Beremiz Samir, o Homem que Calculava. A estória se passa em Bagdá, no séc. XIII, sob a narrativa de um amigo próximo de Beremiz, Hank Tade-Maiá.

Beremiz é um jovem da Pérsia que tem uma habilidade singular com os números. Aprendeu ainda menino a usar a lógica e se familiarizar com os cálculos, o que lhe transformou em um matemático brilhante. Junto com Hank, vai à Bagdá e enfrenta muitos desafios
matemáticos e, aos poucos, vai conquistando a admiração de todos e a inveja de alguns, não só por sua incrível capacidade intelectual, mas por sua humildade, educação e devoção à Allah!


O autor Julio César de Melo e Sousa (1895 - 1974), mais conhecido pelo heterônimo "Malba Tahan", nasceu e viveu no Rio de Janeiro. Formou-se Engenheiro Civil e tornou-se um ilustre professor de Matemática no Colégio Pedro II, do Rio. Ficou famoso no Brasil e no exterior por suas palestras em torno dos cálculos, mas mais ainda por seu pseudônimo, que lançou diversos livros de contos e romances com matemática como tema. No Brasil, o dia de seu nascimento, 6 de Maio, foi decretado como o Dia do Matemático. O Homem que Calculava foi lançado em 1939 e hoje já está na sua 75a edição.


Opiniões pertinentes (ou não):


Prós: A estória se passa na era medieval árabe, por tanto, muitas curiosidades da época são reveladas em linguagem muito simples. Muitas questões matemáticas para quem gosta de lógica e existem informações históricas e religiosas (sobre o islamismo) por todo o livro. Tem romance, tem suspense e é um livro muito inteligente. Muito bom pra quem tem dificuldade com a matemática e interesse sobre o assunto.

Contra: O livro possui 35 capítulos, porém cada capítulo tem cerca de 2 páginas apenas, portanto, é uma história relativamente curta, que você se surpreende ao ver que já acabou. Pra quem não suporta problemas de lógica e cálculos, cada página tem um cálculo, talvez não goste muito uma vez que o livro tem pouco enredo e muita matemática.

Ponto Alto da Obra: Com certeza, os cálculos! Os problemas que surgem no nosso dia a dia, os quais muitas vezes basta só um pouco de lógica para resolver, outras vezes pensamos ter resolvido e resolvemos errado, problemas aritiméticos famosos que muitos não sabem até hoje a solução, explicados de forma muito didática e simples pelo protagonista, de forma que uma criança é capaz de entender. O livro prega um moralismo condizente com a época da estória, porém, ao contrário do que se possa imaginar, contém citações, versos famosos e ditados árabes muito sábios e úteis que se mantém atuais para a nossa geração. O livro faz o leitor refletir e admirar os números e os cálculos.

Bom, só pelo fato de ser um clássico, não deve ser ignorado! ^^


"A Geometria existe por toda parte. Porém, é preciso olhos para vê-la, inteligência para compreendê-la e alma para admirá-la." Beremiz Samir.
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